domingo, 10 de abril de 2011

CONHECIMENTO E EVOLUÇÃO



ISSO TAMBÉM É EDUCAÇÃO

Segundo o francês, Gilbert de Simondon (1909), o processo de humanização do homem começou com a diferenciação de seus comportamentos em relação aos animais, a partir de sua utilização, em seu benefício, de recursos próprios da natureza. Esse nosso ancestral transformou pedra, ossos, galhos e troncos em ferramentas à sua utilização, por esse meio eles supriam sua fragilidade física em relação às demais espécies.

“O homem primitivo contava com o cérebro e suas mãos”. (Chauchard, 1972)

Para garantir sua sobrevivência, diante de sua fragilidade a alguns animais e a natureza, o homem primitivo precisava de ferramentas como equipamento complementar as suas possibilidades de raciocínio e habilidades manuais.

“Utilizar recursos naturais para atingir fins específicos ligados a sobrevivência foi a maneira que o homem encontrou para não desaparecer”. (Kensiki, 2006)

EDUCAÇÃO EAD

A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA SERIA UMA MODALIDADE, PROPOSTA, DIFERENTE FORMA DE ENSINO? OU TÃO-SOMENTE UMA POSSIBILIDADE NOVA DENTRO DA EDUCAÇÃO?

A educação há algumas décadas vem sofrendo avanço e transformações. O ensino EAD é uma modalidade dentro desse contexto, assim como pode ser uma grande opção de negócio e oportunidade de aprendizado. Nessa visão o ensino a distancia surge como nova proposta, aqueles que por um ou outro motivo não podem ter acesso ao conhecimento formal, na condição presencial.

No Brasil a partir do inicio do século 20 aconteceu a construção da história da EAD, no contexto educativo formal, que vem se transformando e aprimorando num aspecto de nova condição e possibilidade de aquisição de conhecimento. Por outro lado, ainda é visível a resistência ao alcance do conhecimento por essa modalidade, de educação diferenciada, que configura um processo de evolução e mudança do contexto educacional.

A educação à distância pode ser feita no mesmo nível da educação do ensino regular. Porém, percebe-se que atende mais o ensino médio, superior e pós-graduação, talvez pela familiarização desses alunos com o estudo individual e de pesquisa.

A educação a distancia passa, no momento, por um processo de transição, onde as Instituições se preparam para transpor, através de adaptações, o ensino virtual.

O Brasil, apesar de seu contexto carente na educação, segundo pesquisas do DIEESE, conta hoje com 21% da população com analfabetos funcionais, isso significa dizer que ainda precisamos de muita evolução para mudar essa estatística.

Esse processo não é rápido nem fácil. Mudar padrões adquiridos e implantados na sociedade é tarefa árdua e em longo prazo. Sendo assim, o gerenciamento da transformação ou implementação, de uma nova modalidade, de ensino diferenciado do processo anterior é a abertura de nova perspectiva e horizontes na educação. Assim, o mercado da educação a distancia já faz parte da realidade educacional brasileira há muitas décadas, com mais de 1.000 teles salas, que disponibilizam as informações e conteúdos através de tele aulas gravadas, presenciais e semipresenciais. Essas aulas podem ser semanais ou quinzenais e obedece todo o critério exigido pelo MEC, desde a disponibilização do espaço físico aos profissionais e equipe diversificadamente formada por um critério e seleção, atendendo a distribuição da carga horária exigida de acordo com cada curso.

O PONTO DE VISTA EVOLUTIVO DENTRO DO CONTEXTO TECNOLÓGICO

Os avanços e evoluções passaram a transformar conceitos e aderir possibilidades dentro da trajetória da educação, que já se utiliza de tecnologia, ao longo dos séculos, para além de desenvolver práticas de sobrevivência alcançar o acréscimo de conhecimentos.

Pela separação do professor e aluno em tempo e espaço determinado com a presença da tecnologia é que acontece a EAD. Entretanto essa separação identifica apenas a ausência da presença física do professor sem deixar, no entanto, de ocorrer a conexão e interligação virtual entre eles que, pela Internet e tecnologias semelhantes propiciam o ensino e aprendizagem.

A construção do conhecimento se apresenta atualmente, pela existência e duas aproximações que influenciam em seu projeto institucional que são: processamento de símbolos e conhecimento localizado. Essa soma influencia não só na forma, mas também, na comunicação em dois aspectos: em como o aluno recebe essa comunicação e a outra como esse aluno entende e constrói seu conhecimento. Até bem pouco tempo o processamento de símbolos se apresentou numa condição dominante onde as representações eram baseadas no conceito de um computador realizando essa comunicação. No entanto, o professor pode transmitir uma base de informação, aos alunos, através das representações das idéias abstratas pelas concretas que o aluno compreende, decodifica e armazena para modificá-las, adicioná-las e discuti-las.

Nesse processo são observados fatores relevantes como: os fatores ambientais, cognição e outros que permitem ao aluno, a partir do conhecimento localizado, elaborar a base de seu conhecimento dentro da construção interna, para realizá-la pela aplicação externa. Isso demonstra que mesmo dentro da educação a distância o sucesso do aluno focaliza seu entendimento global a partir da utilização de conceitos que agregam a tecnologia ao conhecimento dentro de ferramentas sofisticadas que possibilitam o alcance aos saberes.

EDUCAÇÃO E SOCIEDADE DENTRO UM PROCESSO TRANSFORMADOR

A idéia a cerca da EAD, remete-nos ao ensino tradicional onde os alunos já são adultos e já trazem informações prévias repassadas pela Internet. Entretanto, a educação EAD, ao longo dos séculos vem se estabilizando quer no ensino infantil, adulto, de formação, pró-graduação, extensão, educação inclusiva e dentro de todas as necessidades em que sua atuação represente benefícios.

A transformação na vida do sujeito, pela corrida ao acréscimo, foi beneficiada pela evolução tecnológica propiciada pela educação a distancia, partindo das possibilidades virtuais.

De forma geral, a educação à distância tem os mesmos propósitos de ofertar o beneficio de conhecimentos como a educação presencial, que é educar. Sendo assim, os ambientes virtuais de aprendizagem, são os responsáveis pela estrutura organizacional no seu desenvolvimento. Ela se constitui pelo conjunto de ferramentas, as quais promovem a organização, administração e comunicação entre sua clientela.

A EAD necessita de todo um contexto distinto, voltado a sua configuração, dentro da concepção educacional que privilegia o aluno a sua própria autoria, reflexão, re-elaboração, reconstrução do conhecimento apoiada em metodologias e propostas pedagógicas que insere a mediação pedagógica. Assim, queremos dizer que a Mediação Pedagógica, no estar junto virtual, dentro do contexto EAD, se concretiza pelas abordagens que permitem estratégias de recriação do ensino a partir das interelações de materiais, atividades e comunicações.

O ensino a distancia, para ser eficiente, necessita de uma preparação extensiva, assim como adaptação de estratégias tradicionais a essa nova modalidade em sua ambiente de aprendizagem.

Ainda existem limitações em determinadas Instituições na proposta da EAD, onde seu procedimento virtual se relaciona ao ensino tradicional, em que a interação virtual se encerra a formulários, rotinas, provas, e-mail e algumas interações on-line com pessoas conectadas ao mesmo tempo em lugares diferentes.

O contexto da educação à distância congrega, sobretudo alem da interatividade tecnológica a participação de professores executores internos e externos (professores – tutores), compartilhando e colaborando na construção do conhecimento, através de abordagens e propostas metodológicas, vinculadas a produção de material didático, junto a Mediação Pedagógica para o desempenho da educação EAD. Dessa forma, a relação entre concepção educacional e mediação pedagógica é que, mesmo na EAD, irá alcançar o ensino e aprendizagem.

O CONTEXTO EAD COMO OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO

A educação a distância acontece pelo empreendedorismo de investidores da educação atentos a essa realidade que através da tecnologia, focalizam as oportunidades do aprendizado pelo sistema AVA, promovendo conhecimento numa rede via satélite e pela Internet, em todo o País, com valores acessíveis.

Essa possibilidade permite, ao empreendedor, o grande negócio no setor educacional e aos que procuram essa modalidade de aprendizado uma grande oportunidade de acréscimo de conhecimento e auferir graduação, pós-graduação, especialização, mestrado e doutorado. Por outro lado, é oportuno alertar que com o advento da EAD e o surgimento de novas Instituições, que se voltam para a oferta, dessa modalidade de ensino, não seja uma forma de negócio rentável. Aquele que se propõe a esse tipo de educação, deverá se fazer conhecedor dessa oferta de modo a distinguir a EAD como uma nova opção de aprendizado, e não uma nova forma de estudo.

Ao decidir cursar a modalidade EAD é importante não apenas o conhecimento da Instituição, mas conhecer todo o contexto com que essa Instituição organiza e trabalha pelo acesso não só ao material didático, mas também, da estrutura das tele-salas, dentro do ambiente virtual, verificando se a tecnologia, realmente, atende ao que é proposto e exigido na modalidade EAD pela LDB que oportuniza o ensino e o aprendizado.

Liete Oliveira

quinta-feira, 4 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A História da mulher tem em sua trajetória momentos e situações diversificadas, dentro de conceitos e elaborações dicotômicas, na visão histórica que a emoldura.

Durante um grande período a mulher, em seu papel significativo, era concebida numa visão insignificante envolta em características que lhe atribuíam vícios, despreparo, incapacidade, fragilidade e outros atributos sem nenhuma conotação que realmente traduzisse sua verdadeira identidade de mulher.

Foram muitos os momentos que registraram e ainda registram as mudanças que levaram a ascensão aos patamares que a mulher veio alcançando até hoje.

Hoje podemos dizer que somos mulheres na luta para transformar o mundo e alcançar a justiça econômica, social, política e de gênero. Somos mulheres de todas as idades, credos, religiões, identidades, culturas, níveis variados de instrução, mas convencidas de nossa força e comprometimento conosco e com a vida. Queremos um mundo de paz, de igualdade real e efetiva. Respeito aos direitos, eliminação a discriminação e violência dentro do seu sentido lato que envolve a questão sexual, trafico, prostituição, assassinato e todos os tipos de agressão.

Queremos a percepção e reflexão a nossa condição de mulher que mesmo dentro da fragilidade, ternura e candura associa a luta, decisão, definição e realização daquilo que revela o engrandecimento pela consciência de se saber mulher.

Liete Oliveira

O PARÁ E SUA CULTURA


UM POUCO DO PARÁ


O Pará é Estado da região norte, muito importante pela sua situação geográfica. Como um Estado brasileiro apresenta uma grande miscigenação, entretanto o típico povo, o cabloco, se apresenta com seu lugar de destaque por ser responsável por toda a cultura paraense.

O Pará já foi um Estado independente do Brasil. Foi também capitania; ficou subordinado ao Estado do Maranhão; e, em 1751, virou Estado do Grão Pará e Maranhão, quando o Marques de Pombal resolveu organizar a colonização da Amazônia, ao nomear como governador seu irmão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado.

Como Estado, o Grão Pará permaneceu independente do Brasil (e não de Portugal) até o ano de 1823. Nesse ano foi estabelecida, pela força, a Adesão do Pará à Independência política do Brasil, em relação ao Reino de Portugal.

A colonização portuguesa não criou, no Pará, uma economia forte nem uma sociedade nova. Aqui se estabeleceu a produção de açúcar e se formou uma sociedade com escravos negros e seus filhos negros e mestiços. Então, até o ano de 1823, o Estado do Grão-Pará permaneceu como uma colônia diretamente subordinada às autoridades de Lisboa. E só com a Adesão do Pará à Independência, que se deu no dia 15 de agosto de 1823, é que esta situação mudou, ficando o Grão-Pará incorporado ao Brasil como uma província do Império Brasileiro, mas sem autonomia política.

O território da província ou do Estado do Grão-Pará era vastíssimo, e chegou a incluir parte do Nordeste brasileiro, como o Ceará, o Maranhão e quase todo o território amazônico, esparsamente povoado por nações indígenas e ocupado pelos portugueses.

O território paraense começou a se formar e a se expandir a partir do ano de 1616, com a construção do Forte do Presépio e com o nascimento de Belém, recebendo a terra, naquela ocasião, o nome de Feliz Lusitânia, nome dado por Francisco Caldeira Castelo Branco.

Em 1772, depois de submeter o Maranhão à sua esfera administrativa, o Grão-Pará se separou, em definitivo, do território maranhense e mais tarde, em 1850, estabeleciam-se também limites naturais com o atual Estado do Amazonas.

O geógrafo paraense Eidorfe Moreira, em seu livro Conceito de Amazônia disse que: “Não obstante ser uma das regiões mais definidas e individualizadas dentro dos quadros continentais, a Amazônia não é, contudo, uma região muito fácil de definir ou delimitar, a começar pela plurivalência de sentido do termo que nomeia que tanto pode significar uma bacia hidrográfica como uma província britânica, um conjunto político como um espaço econômico.” Hoje, nós podemos acrescentar a essa multiplicidade, o fato de a Amazônia e, especificamente o Pará, ser também uma grande província mineral e o maior banco genético do mundo em biodiversidade. Ainda a peculiaridade paraense na atenção e na forma de falar pelas expressões (égua!!! Vixiii, pai d'egua!), jeitinho de dançar o carimbó, siriá, brega, lundu, marujada.

Mas, nossa cultura é um aglomerado de diferenças que atraem a curiosidade como conhecimento das riquezas da terra: as frutas regionais, culinária, artesanato e pontos turísticos onde você encontra as mais bonitas obras arquitetônica na capital e praias paradisíacas nos municípios, as lendas assustadoras, cerâmica marajoara inspirada nos índios é outra tradição da terra.

Ao visitar o Pará você descobre todos esses segredos. Recebe o carinho e a hospitalidade do povo, conhece e saboreia os pratos e cai no som de seus ritmos. Ritmos, por sinal, defendidos por uma gama de artistas da terra, e entre muitos ressaltamos Luccinha Bastos, Nilson Chaves e Marcos Monteiro que apesar do destaque interno, conseguem projeção não só nos outros Estados, como também, em outros países numa representatividade competente de divulgação de nossa cultura musical. O trabalho se restringe a valorização da música não só como lazer, mas também como item destacando a cultura do Estado. Nossos ritmos, danças, folclores, lendas e histórias são solfejadas pelos sons das notas musicais que brotam pela voz e interpretação de cada um desses cantores-intérpretes. A proposta e meta deles é difundir nosso ritmo dentro de uma coreografia singular que agrada, encanta e deleita os que ouvem suas músicas.

Nossa festa religiosa e profana já conhecida em todo o mundo, o Círio de Nazaré, que homenageia a Santa padroeira da cidade que é Nossa Senhora de Nazaré, a qual por tamanha afinidade com o povo pode se ouvir chamá-la de Nazica, Nazarezinha como é cantada em música de autoria do compositor Almirzinho Gabriel, Nazinha como tratamento amoroso aquela que o povo paraense elegeu como intercessora junto a seu filho Jesus e que opera milagres. Pessoas vêm de longe e de perto para ver “in loco” tamanha homenagem que chega a acolher um público que contabiliza índice maior que outros em outras homenagens semelhantes. A festa é tamanha que chega a ser denominada o “Natal” dos paraenses.

Nossas riquezas são muitas e tantas chegam a ser usurpadas na tentativa de descaracterizar nossa real “patente natural” como o caso da castanha do Pará que algum tempo foi definida como “castanha do Pará que é de Manaus” numa informação confusa, já que até o nome castanha do Pará conservaram na contrastante informação. Outras tantas são foco como o cupuaçu, açaí, maracujá que com essa denominação indígena demonstram a realidade do rotulo de nosso povo, nosso primeiro habitante, e real dono desta Terra, do qual teve sua cultura dizimada, suas reivindicações desconsideradas e suas terras usurpadas.

Lucinnha Bastos, Nilson Chaves e Marcos Monteiro num trabalho musical, denominado “Trilogia”: a força que vem das ruas, dedicam-se a levar melodicamente toda a questão que envolve os percussores de nossa cultura: o índio, o cabloco e os emigrantes que influenciaram através dessa miscigenação numa mistura não só de raças mas de ritmos, danças e crenças.

Lucinnha Bastos com seu mais recente trabalho denominado “Minha Aldeia”, canta nosso cultura numa mistura de autorias, ritmos e musicalidade que se caracterizam como elementos que constroem nossa cultura musical embalada na sua inconfundível e maviosa voz.

Os recantos são distintos e distintas são suas belezas. As paisagens os acervos, pontos turísticos, em fim todo o complexo responsável que compõe a minha aldeia, Belém do Pará certamente que é ímpar e aquele que tem a oportunidade de conhecê-la certamente que nunca mais a esquecerá.

Liete Oliveira