quinta-feira, 4 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A História da mulher tem em sua trajetória momentos e situações diversificadas, dentro de conceitos e elaborações dicotômicas, na visão histórica que a emoldura.

Durante um grande período a mulher, em seu papel significativo, era concebida numa visão insignificante envolta em características que lhe atribuíam vícios, despreparo, incapacidade, fragilidade e outros atributos sem nenhuma conotação que realmente traduzisse sua verdadeira identidade de mulher.

Foram muitos os momentos que registraram e ainda registram as mudanças que levaram a ascensão aos patamares que a mulher veio alcançando até hoje.

Hoje podemos dizer que somos mulheres na luta para transformar o mundo e alcançar a justiça econômica, social, política e de gênero. Somos mulheres de todas as idades, credos, religiões, identidades, culturas, níveis variados de instrução, mas convencidas de nossa força e comprometimento conosco e com a vida. Queremos um mundo de paz, de igualdade real e efetiva. Respeito aos direitos, eliminação a discriminação e violência dentro do seu sentido lato que envolve a questão sexual, trafico, prostituição, assassinato e todos os tipos de agressão.

Queremos a percepção e reflexão a nossa condição de mulher que mesmo dentro da fragilidade, ternura e candura associa a luta, decisão, definição e realização daquilo que revela o engrandecimento pela consciência de se saber mulher.

Liete Oliveira

O PARÁ E SUA CULTURA


UM POUCO DO PARÁ


O Pará é Estado da região norte, muito importante pela sua situação geográfica. Como um Estado brasileiro apresenta uma grande miscigenação, entretanto o típico povo, o cabloco, se apresenta com seu lugar de destaque por ser responsável por toda a cultura paraense.

O Pará já foi um Estado independente do Brasil. Foi também capitania; ficou subordinado ao Estado do Maranhão; e, em 1751, virou Estado do Grão Pará e Maranhão, quando o Marques de Pombal resolveu organizar a colonização da Amazônia, ao nomear como governador seu irmão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado.

Como Estado, o Grão Pará permaneceu independente do Brasil (e não de Portugal) até o ano de 1823. Nesse ano foi estabelecida, pela força, a Adesão do Pará à Independência política do Brasil, em relação ao Reino de Portugal.

A colonização portuguesa não criou, no Pará, uma economia forte nem uma sociedade nova. Aqui se estabeleceu a produção de açúcar e se formou uma sociedade com escravos negros e seus filhos negros e mestiços. Então, até o ano de 1823, o Estado do Grão-Pará permaneceu como uma colônia diretamente subordinada às autoridades de Lisboa. E só com a Adesão do Pará à Independência, que se deu no dia 15 de agosto de 1823, é que esta situação mudou, ficando o Grão-Pará incorporado ao Brasil como uma província do Império Brasileiro, mas sem autonomia política.

O território da província ou do Estado do Grão-Pará era vastíssimo, e chegou a incluir parte do Nordeste brasileiro, como o Ceará, o Maranhão e quase todo o território amazônico, esparsamente povoado por nações indígenas e ocupado pelos portugueses.

O território paraense começou a se formar e a se expandir a partir do ano de 1616, com a construção do Forte do Presépio e com o nascimento de Belém, recebendo a terra, naquela ocasião, o nome de Feliz Lusitânia, nome dado por Francisco Caldeira Castelo Branco.

Em 1772, depois de submeter o Maranhão à sua esfera administrativa, o Grão-Pará se separou, em definitivo, do território maranhense e mais tarde, em 1850, estabeleciam-se também limites naturais com o atual Estado do Amazonas.

O geógrafo paraense Eidorfe Moreira, em seu livro Conceito de Amazônia disse que: “Não obstante ser uma das regiões mais definidas e individualizadas dentro dos quadros continentais, a Amazônia não é, contudo, uma região muito fácil de definir ou delimitar, a começar pela plurivalência de sentido do termo que nomeia que tanto pode significar uma bacia hidrográfica como uma província britânica, um conjunto político como um espaço econômico.” Hoje, nós podemos acrescentar a essa multiplicidade, o fato de a Amazônia e, especificamente o Pará, ser também uma grande província mineral e o maior banco genético do mundo em biodiversidade. Ainda a peculiaridade paraense na atenção e na forma de falar pelas expressões (égua!!! Vixiii, pai d'egua!), jeitinho de dançar o carimbó, siriá, brega, lundu, marujada.

Mas, nossa cultura é um aglomerado de diferenças que atraem a curiosidade como conhecimento das riquezas da terra: as frutas regionais, culinária, artesanato e pontos turísticos onde você encontra as mais bonitas obras arquitetônica na capital e praias paradisíacas nos municípios, as lendas assustadoras, cerâmica marajoara inspirada nos índios é outra tradição da terra.

Ao visitar o Pará você descobre todos esses segredos. Recebe o carinho e a hospitalidade do povo, conhece e saboreia os pratos e cai no som de seus ritmos. Ritmos, por sinal, defendidos por uma gama de artistas da terra, e entre muitos ressaltamos Luccinha Bastos, Nilson Chaves e Marcos Monteiro que apesar do destaque interno, conseguem projeção não só nos outros Estados, como também, em outros países numa representatividade competente de divulgação de nossa cultura musical. O trabalho se restringe a valorização da música não só como lazer, mas também como item destacando a cultura do Estado. Nossos ritmos, danças, folclores, lendas e histórias são solfejadas pelos sons das notas musicais que brotam pela voz e interpretação de cada um desses cantores-intérpretes. A proposta e meta deles é difundir nosso ritmo dentro de uma coreografia singular que agrada, encanta e deleita os que ouvem suas músicas.

Nossa festa religiosa e profana já conhecida em todo o mundo, o Círio de Nazaré, que homenageia a Santa padroeira da cidade que é Nossa Senhora de Nazaré, a qual por tamanha afinidade com o povo pode se ouvir chamá-la de Nazica, Nazarezinha como é cantada em música de autoria do compositor Almirzinho Gabriel, Nazinha como tratamento amoroso aquela que o povo paraense elegeu como intercessora junto a seu filho Jesus e que opera milagres. Pessoas vêm de longe e de perto para ver “in loco” tamanha homenagem que chega a acolher um público que contabiliza índice maior que outros em outras homenagens semelhantes. A festa é tamanha que chega a ser denominada o “Natal” dos paraenses.

Nossas riquezas são muitas e tantas chegam a ser usurpadas na tentativa de descaracterizar nossa real “patente natural” como o caso da castanha do Pará que algum tempo foi definida como “castanha do Pará que é de Manaus” numa informação confusa, já que até o nome castanha do Pará conservaram na contrastante informação. Outras tantas são foco como o cupuaçu, açaí, maracujá que com essa denominação indígena demonstram a realidade do rotulo de nosso povo, nosso primeiro habitante, e real dono desta Terra, do qual teve sua cultura dizimada, suas reivindicações desconsideradas e suas terras usurpadas.

Lucinnha Bastos, Nilson Chaves e Marcos Monteiro num trabalho musical, denominado “Trilogia”: a força que vem das ruas, dedicam-se a levar melodicamente toda a questão que envolve os percussores de nossa cultura: o índio, o cabloco e os emigrantes que influenciaram através dessa miscigenação numa mistura não só de raças mas de ritmos, danças e crenças.

Lucinnha Bastos com seu mais recente trabalho denominado “Minha Aldeia”, canta nosso cultura numa mistura de autorias, ritmos e musicalidade que se caracterizam como elementos que constroem nossa cultura musical embalada na sua inconfundível e maviosa voz.

Os recantos são distintos e distintas são suas belezas. As paisagens os acervos, pontos turísticos, em fim todo o complexo responsável que compõe a minha aldeia, Belém do Pará certamente que é ímpar e aquele que tem a oportunidade de conhecê-la certamente que nunca mais a esquecerá.

Liete Oliveira