domingo, 25 de janeiro de 2009

O QUE É SER VIP?

GERAÇÃO VIP

Sabemos que toda educação tem um contexto familiar. É impossível duvidar, já que nos legados históricos, a educação veio por séculos fluindo no centro familiar. Entretanto, nenhuma criança deve ficar restrita, apenas a prática educativa familiar, se desejamos uma sociedade democrática.
A escola surge como segunda instituição responsável, formalmente, pela educação do individuo e, por isso, ela se confronta com dificuldades por conta das suas funções.
A família, como instituição inicial, se apresenta pela formação de um grupo que estabelece preconceitos, tradições próprias e principalmente limites. Entretanto, as crianças não se desenvolvem no espaço familiar e escolar, elas fazem parte da sociedade, e com isso observam tudo que passa ao seu redor. Participam dos assuntos debatidos e em destaque, mesmo que à distância, o que representa um aprendizado da vida. Isso significa a influência que a comunicação e educação impõem sobre o individuo.
Abordamos nossa sociedade como a prática do “privilégio”. Privilegio esse que se representa por passar na frente, passar por cima, deixar de lado etc. Nesse aspecto, as crianças e os jovens vão se desenvolvendo e buscando essa condição na sociedade, condição denominada sutilmente de VIP.
E o que é ser VIP? Em primeiro lugar é bom informar que VIP não é uma palavra brasileira. É uma hápax. É uma aglutinação de uma preposição alemã e de um substantivo inglês, e quer dizer Very Important Person, para o que traduzimos “Pessoa Muito Importante”. Assim, quem não quer ser importante? Com isso, instala-se um problema: É que nunca se viu com tanta freqüência e evidencia essa entidade. O mundo é dos Vips pela desconsideração do talento e da criatividade, independe de qualidade àqueles que desfrutam e se destacam em detrimento da maioria. Os que têm mais dinheiro, “pistolão”, fama ou amigos famosos, que estão nas colunas sociais, nas revistas, consumidores assíduos, etc.
Tudo isso é gerado na própria sociedade, que distribui rótulos: “cliente VIP”, “atendimento VIP”, “atração VIP”, “espaço VIP” e tantas outras do gênero. Nosso modelo social premia a futilidade, o aparecer por aparecer, nosso povo acha que isso é o objetivo, que esse é o fim. A meta dos indivíduos parece que se tornou flutuante, eles se deslumbram com muitas bobagens. Dessa forma, vendo essa geração de jovens Vips, questionamos onde flui a educação que defende e discute a cidadania para eles. Ouvimos frases de crianças e jovens refletindo a cultura da vantagem e da ausência de verdades, como: “O azar é deles, eu não to nem aí por conseguir primeiro, eu sou VIP.”
No atual contexto é necessária uma reflexão urgente dos valores, para que os sujeitos internalizem o que é viver em comunidade, cultivando conceitos fundamentais como: justiça, igualdade, solidariedade e tantos outros valores e sentimentos que redundam no respeito ao ser humano.
É importante pensar que a educação familiar e a formal estão envolvidas nessa prática. Precisamos introduzir em nossos vocabulários a Responsabilidade Social, muito discutida nas políticas educacionais, constante no vocabulário, mas rara na utilização do brasileiro. Abandonar a visão banal de que nossos atos individuais não influenciam o todo, e repensar sobre as conseqüências de nossas ações, boas e más, do quanto podemos melhorar nossa existência no planeta.
O estado de estar VIP reproduz um comportamento autodestrutivo, em atitudes inconseqüentes, egoístas, fúteis, de querer aparecer por aparecer, do quanto mais se tem mais se quer, alimentando as desigualdades, concentrando a renda, poluindo o ambiente.
A educação precisa criar o VIP em nosso vocabulário levando em consideração as verdades do individuo e sua condição pessoal. Hoje o pensamento humano busca uma alternativa, busca abandonar as visões pequena, reducionista, individualista e alçar uma concepção diferente de vida, de mundo, entendendo que fazemos parte de algo complexo, grandioso, que nossas atitudes individuais influenciam o todo, organizações do planeta e toda a humanidade.
Nossa sobrevivência vital e cultural depende disso. Se voltarmos nossa compreensão para uma educação à prática da cidadania, certamente, passaremos a sujeitos realmente Vips.
Liete Oliveira

EVENTO PARALELO - FORÙM MUNDIAL DA EDUCAÇÂO

OUTRO MOMENTO ÍMPAR DA EDUCAÇÃO
FME - Fórum Mundial da Educação

Acontecerá nos próximos dias 26 e 27 de janeiro, concomitante ao FSM, o Fórum Mundial de Educação, no Hangar - Centro de Convenções da Amazônia, em nossa cidade de Belém (Pará).
A intenção, segundo a diretora de relações institucionais do Instituto Paulo Freire, Salete Camba, é reunir além de professores e educadores que atuam em escolas, todas as pessoas que consideram a educação como um direito social e não como produto dentro do mundo globalizado. Entretanto, a proposta dentro desse processo paralelo de acontecimentos similares, é dar espaço a questão da educação. Os participantes do FME após os dois dias do evento (26 e 27) poderão se dirigir para o FSM, quando haverá as atividades autogestionadas dentro do respectivo Fórum.
O FME será o espaço para dialogo entre educadores, movimentos sociais e entidades civis que desenvolvem projetos de educação popular e de confrontamento com neoliberalismo.
Os eixos que estarão sendo colocados em pauta serão sobre as temáticas: Educação, Desenvolvimento, Economia Solidária e Ética Planetária; Educação Cidadã: Inclusão e Diversidade; Educação, Direitos Humanos, Cooperação e Cultura de Paz; Educação, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Educação de Jovens e Adultos na Perspectiva da Educação Popular; Educação Emancipatória no contexto da comunicação e das tecnologias. A fora isso, os participantes irão construir uma “Plataforma Mundial de Educação”, que refere-se a elaboração de propostas e na pontuação de
situações em comum da educação nos diversos países do mundo.
Para dar ciência ao público os resultados do encontro serão discutidos na Assembléia que acontecerá no próximo dia primeiro de fevereiro, acrescentando que as matérias do projeto: “Ações pela Vida” que são produzidas com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade (CF-2008).

VI FORÚM SOCIAL MUNDIAL DE EDUCAÇÂO

BELÉM SEDIA O VI FÓRUM SOCIAL MUNDIAL DE EDUCAÇÃO

Como povo solidário, nossa preocupação é atender, substancialmente, as expectativas do mega evento, para o qual Belém abre as portas e o coração. É certo que há uma troca: Belém propicia às pressas uma estrutura, recebe um contingente diversificado em todos os aspectos e é noticia.
A metodologia para desenvoltura do acontecimento é a mesma da edição de 2006 do Fórum Social Mundial de Educação acontecido em Caracas, Venezuela.
A VI Edição do FSM-2009 acontecerá de 26/01 a 01/02 em nossa cidade, que não mediu esforços em todos os aspectos, seja do governo e do povo, para se adequar como anfitriã nesse momento.
O Fórum Social Mundial (FSM) foi inserido no âmbito mundial, como um movimento que reúne e acolhe causas globais e diversas, em reconhecimento aos desfavorecidos, excluídos e injustiçados. Se junta a isso, a proposta de outras possibilidades desprendidas da globalização e do neoliberalismo.
Foram selecionadas, organizadas e reunidas as atividades autogestionadas relacionadas à Educação, inscritas no mesmo na forma de blocos temáticos, formando uma grade de programação do encontro.
O FSM ocupará espaço do CAMPUS da Universidade Federal do Pará – UFPA e Universidade Rural da Amazônia – UFRA, em períodos determinados, com a devida identificação dentro da programação geral, a exemplo dos demais, nacionais e internacionais. Assim, o conjunto desses encontros organizados por diferentes movimentos e segmentos sociais, instituições, entidades e grupos, formam o grande fórum que tem seu percurso desde Porto Alegre ( Rio Grande do Sul - Brasil), Caracas (Veneziuela), Nairóbi (Kenia) e agora Belém (Pará - Brasil).
O VI FSM terá como eixos temáticos em discussão: Educação, Desenvolvimento, Economia Solidaria e Ética Planetária, Educação Cidadã; Inclusão e Diversidade; Educação, Direitos Humanos, Cooperação e Cultura de Paz; Educação, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Educação de Jovens e Adultos na Perspectiva da Educação Popular; Educação Emancipatória no contexto da comunicação e das tecnologias.
Serão realizadas ainda, duas conferências com os temas “Educação e Transgressão na Construção da Cidadania Planetária” e “Educação, Diálogo e Utopia: Identidades Culturais em Conflito” as quais serão realizadas respectivamente nos dias 26 e 27 de janeiro. No dia 27 haverá, também, a mesa sobre a Conferência internacional da UNESCO em Educação de Adultos (Confintea), a ser realizada em maio próximo, no Brasil.
Liete Oliveira

A ESPERANÇA - OBAMA

A ELEIÇÃO DA DECÁDA

A política hoje é palco do acontecimento histórico nessa década. Não pela eleição de um negro, mas sim pelo que essa subida ao poder representa. Durante décadas fomos espectadores de mudanças e transformações, certos de que elas aconteceriam, no entanto vimos melhoras, não mudanças. Agora, em outro momento, onde a dicotomia se apresenta ao resgate de transformações, observamos uma política não apenas esperançosa, mas também, vitoriosa por ter alcançado a mudança, não na cor da pele do governante, mas sim o pensamento político dentro da cidadania. A nação americana se depara com a demonstração estatística, pelo voto, que a insatisfação e a crença em suas perspectivas conseguiram não mais ser meras vontades, e sim o reflexo da compreensão real de uma mudança radical, mas consciente, quando os partidos republicados e conservadores declinam aos pés de uma democracia pretendida e afiançada por seu Presidente Obama.
Liete Oliveira

O ENGODO DA CRISE

CRISE & BRASIL

Iniciamos o ano, e nem bem desejamos que o Novo Ano seja próspero e grandioso, surgem as expectativas apreensivas, junto aos reflexos da política exterior. Sendo ela a mola propulsora do mundo, quer queiram ou não, os Estados Unidos tem seu comando às outras Nações. Nos países mais pobres o efeito pode ser catastrófico e nos demais numa escala menor. A diferença é que alguns têm consciência e outros não. O que nos resta agora é ter fé, paciência e luta, pois a credibilidade sucumbiu da vulnerabilidade, ao ouvirmos, que a crise não afetaria, oriunda dos despreparados e da ânsia de querer passar para o povo um perfil que o Brasil ainda não tem. Continuamos um povo mal tratado, penalizado e desrespeitado por aqueles que ainda pensam que meia dúzia de palavras bonitas e confortantes funciona como mudança à realidade que nos cerca.
É preciso além dos governantes terem respeito e consideração por nós, nós também, nos considerarmos e respeitarmo-nos, por hora do confronto com as URNAS, no momento das eleições. Quando isso acontecer, certamente além de sermos respeitados pelo nosso país, seremos respeitados, também, por todos ou outros, sejam subdesenvolvidos ou não.
Liete Oliveira

Poesia Volta às Aulas

Marina C G de Almeida – 13 anos



Comecei a festejar
Pois as minhas férias
Estavam pra começar

Mas tudo tem fim
E as férias ao fim chegaram
Ligaram da escola
Porque chegou a hora
E não adianta chorar
E sim ir comprar tudo de novo
O material novo

Porque tudo tem um fim
E as férias ao fim chegaram
Bota a cabeça pra funcionar
A caneta rabiscar
A borracha a apagar
O cérebro a pensar
Os lápis a pintar
A mochila a carregar
Novos colegas encontrar
As orelhas a escutar
A professora a falar
E cedo despertar

Pois tudo tem um fim
E as férias ao fim chegaram

FELIZ VOLTA ÀS AULAS!

SEJAM BEM VINDOS

Volta às Aulas - 2009
Liete Oliveira



Todos chegam trazendo o que é seu, tanto na bagagem escolar, como nos sentimentos.
Eles chegam na companhia de desconfianças, apreensões, descontração, interesses, observações, distrações, temores, resistência, timidez e esperança. Com tudo isso, eles vem em busca de algo que combine e acrescente à sua maneira de ser, jeito, temperamento, anseios e futuro.
Quando chegam, iniciam uma comunicação inquieta por estarem vendo outros rostos, outros olhos, outras falas e, outras pessoas. Mas não tarda a somarem palavras, afetos, alegrias, ansiedades, carinhos e medos.
A ser observada essa diversidade, de comportamento, a escola e os professores precisam lembrar a unidade de cada ser, e que são oriundos de convívio, comportamento, observação e participação por diferentes informações e conhecimentos.
A partir de agora ao recebermos esses seres momentaneamente desconhecidos ou em reconhecimento, precisamos nos dar as mãos superando a inquietude no olhar e nas ações, através da efetivação e consciência do papel de cada um: aluno, professor, escola e comunidade para que, nossos projetos sejam realizados, nossa meta atingida, não só pelo cumprimento do dever, mas também para uma realização conjunta e bem estar social.