quarta-feira, 7 de maio de 2008

Como Surgiu o "Dia das Mães"


- Dia das Mães -

A comemoração das mães é histórica. Iniciou pela mitologia na Grécia antiga, no inicio da primavera , em que era festejada pela honra de Rhea, a Mãe dos Deuses.

Lá pelo século XVII foi feito o segundo registro, na Inglaterra, que dedicava o quarto dia da Quaresma às mães. Nesse dia era concedido folga aos trabalhadores para ficarem com suas mães. Esse dia foi denominado de “Mothering Day” e deu origem ao bolo para os festejos das mães, chamado de “mothering cake”.

Em 1872, nos Estados Unidos, a escritora Julia Ward Howe, autora de “O Hino da Batalha da República”, sugeriu a criação de uma data determinada a comemoração das mães. Porém, foi Anna Jarvis, outra americana, do Estado de Virginia Ocidental, que insistiu numa campanha para criação do Dia das Mães.

Anna Jarvis, era uma mulher extremamente bonita e curiosamente sozinha. Isto por que, havia tido um caso de amor mal sucedido e que a deixou abalada e desiludida e, assim, desinteressando-se dos homens.

Era concluinte do curso de magistério, da Faculdade de Mary Baldwin, em 1883, tinha um bom salário e a situação financeira da família era muito boa. Após a morte do pai, Anna, sua mãe e sua irmã mais nova, Elsinore, que era cega, mudaram-se para Filadélfia. Empregou-se numa companhia de seguros, como assistente, e assim vivei dos seus 20 aos 40 anos.

Pelo infortúnio acontecido a Anna, é que é estabelecido o Dia das Mães.

Anna ficou órfã em 1905, com 41 anos, e entrou numa grande depressão. De família evangélica, filha de pastores, sua comunidade religiosa ficou preocupada, e suas amigas idealizaram perpetuar a memória da mãe de Anna com uma festa. Anna, satisfeita com a idéia, sugeriu que a festa fosse oferecida a todas as mães vivas ou mortas, tornando esse dia destinado para as crianças homenagearem suas mães. Isso, também, criava o propósito de consolidar os laços e respeito familiar.

Esse terrível golpe marcou uma nova etapa na vida de Anna, que ficara tutora de sua irmã e beneficiária de uma grande herança, com uma bela casa, que virou quartel-general para desenvolvimento da luta pela causa abraçada. Passou a desenvolver sua campanha, considerada uma das mais epistolares e sua influencia alcançava todos os setores: governadores, congressistas, clérigos, industriais, clubes femininos etc.

Anna lutou durante três anos para que o Dia das Mães fosse criado mas, somente em 26 de Abril de 1910, o então governador da Virginia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dias das Mães ao calendário, como data comemorativa daquele Estado, tornando-o oficial. Imediatamente outros Estados norte-americanos aderiram.

Por volta de 1914, nos Estados Unidos, presidente na época, Woodrow Wilson, com mandato de 1913 a 1921, unificou a celebração, oficialmente, em todos os Estados, determinando que, o Dia das Mães, fosse comemorado sempre no segundo domingo de maio, por sugestão de Anna Jarvis. Com pouco tempo, mais de quarenta países aderiram a essa comemoração. O efeito foi tão grandioso que Anna teve que deixar seu emprego para dedicar-se a sua campanha, tendo de comprar a casa vizinha a sua, a fim de transformá-la em escritório para atender a demanda dos contatos e atividades que a mesma acarretou. Entretanto, essa efetividade trouxe para Anna uma insatisfação. Anna, durante a primeira missa oficial das mães, enviou 500 cravos brancos para a igreja de Grafton, escolhidos por ela e acompanhados de um telegrama, no qual pedia que todos na igreja recebessem a flor e, às mães, em memória ao dia, determinou que fossem ofertados dois cravos.

Para Anna, o cravo simbolizava pureza, fidelidade, amor, caridade e beleza. Anna enviou, durante anos, mais de 10 mil cravos em cumprimento de seu propósito. Os cravos passaram a ser comercializados nesse dia. Ela que havia lutado tanto para o Dia da Mães ser criado, via seu sonho realizado, porém associado a uma prática lucrativa, o que não era esse o seu intento já que seus objetivos eram puramente sentimentalistas.

A comoção da data passou a ser um dia lucrativo para os comerciantes, principalmente para os que vendiam cravos brancos por essa flor simbolizar a maternidade.

Entrevistada em 1923, por hora da comemoração, ao ser contestada com a afirmativa: “...afinal foi a senhora mesmo quem insistiu durante anos e criou como símbolo o cravo branco e incentivou as mensagens e cartas, como homenagem as mães”. Anna desgostosa disse ao repórter: “Não criei o Dia das Mães para ter lucro”. “...É uma maldição que os homens tenham de mercadejar com tudo quanto é belo, santo e puro? Por favor, peça que retirem o "Dia das Mães" dos balcões e caixas registradoras.Enfeitem-no com Bondade e Alegria, contabilizem-no no coração ! Eles podem fazer isto !". Criou-se um paradoxo na vida de Anna: seu triunfo era também seu fracasso.

Em 1925, na convenção criada pela Associação das Mães de Veteranos de Guerra, Anna adentrou ao luxuoso Hotel, em Filadélfia, com seu porte esbelto, bonito e delicado, encaminhando-se ao grupo de mães denunciando-as pela venda dos “cravos brancos” à preço extravagante e extorsivo. Sua obstinação fez com que as pessoas a interpelassem e, com frieza, chamassem um policial para atender o que denominavam de perturbação à ordem pública. Anna foi detida e esclarecido mais esse incidente o juiz liberou-a.

Nesse mesmo ano ela abriu um processo para cancelamento do Dia das Mães. No entanto, não alcançou êxito. Daí em diante, Anna se empenhou, agora, em outra luta, a de que as pessoas reconhecessem a importância de suas mães, dizendo: “O amor de uma mãe é diariamente novo”.

Anna ficou uma pessoa muito felicitada pelas suas atitudes e, por anos seguidos, recebeu cartões, cartas e mensagens de solidariedade. Porém, ironicamente, morreu em 1948, aos 84 anos, sem ser mãe.

No Brasil, a primeira comemoração pelo dia das mães foi promovida em 12 de maio de 1918, pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre.

Em 1937, na presidência de Getúlio Vargas, aconteceu a oficialização do segundo domingo de maio, para comemoração do Dia das Mães.

Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que fosse colocada, oficialmente, essa data no calendário da Igreja.

Liete Oliveira

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