quarta-feira, 2 de abril de 2008

Contexto da Orientação Sexual no Lar

Dentro de uma expansão e desenvolvimento do mundo, em todos os segmentos, observa-se que mesmo nessa emancipação histórica e cultural, a família permanece como âmago da sociedade. É nela nossa origem, crescimento e desenvolvimento. Sendo assim, o primeiro aprendizado brota desse convívio, envolvimento e harmonia que gera o crescimento das crianças em todos os aspectos.

Necessariamente, diante de tantas transformações e evolução, é importante que a família, como origem do ser, participe com maior intensidade do comportamento das crianças e, principalmente, àquelas que se destacam com a percepção e questionamentos mais aguçadas hoje do que no passado. É importante que eles obtenham informações e esclarecimentos dentro do âmbito familiar. Muitas vezes os pais não promovem essa oportunidade aos filhos por vários motivos, e, o mais comum, é o receio ao incentivo à prática sexual precoce. Entretanto, esquecem que o maior perigo é a dúvida ou informações distorcidas e, que hoje, essas informações surgem fora de casa por variados meios, inclusive os próprios meios de comunicação.

É bom observar a importância de que essas informações venham do seio familiar e complementada pelos educadores, de forma esclarecedora e direta, sem hostilidade nem subterfúgios, até porque estamos diante de problemas desagradáveis, real e sério: que é o abuso sexual tanto de menores, mulheres e adolescentes, requerendo assim não só providências mas, principalmente, prevenção e cuidados.

A família necessita se preparar para essa abordagem e, o melhor seria, se comprometerem na observação e acompanhamento do desenvolvimento das crianças para, no momento oportuno, transmitirem informações básicas e satisfatórias, considerando idade, desenvoltura, condição psicológica e maturidade.

No decorrer da educação a família deve desenvolver, no relacionamento, simultaneamente amor, dedicação, carinho, atenção e uma interação, interligação, com espaço de observação e troca de conhecimentos e esclarecimentos, envolvendo informações básicas quando necessárias.

Certamente que, em muitas situações, não será mais possível conservar a “estória da cegonha” ou “sementinha plantada”. Porém, em determinada situação, ela poderá não ser de total desuso, isto é, a partir da atenção e observação que a família produz e capta das crianças, até o momento da “estória” poder ser aplicada ou substituída discreta e saudavelmente.

A Orientação Sexual funciona como uma intervenção na área da sexualidade definindo informações e questionamentos de postura, tabus, crenças e valores com respeito a comportamentos sexuais.

Em fim, a abordagem dos assuntos sobre o tema sexual é ampla e vasta. Várias são as formas que determinam essa abordagem. Ao se falar em sexo o importante é saber o que falar, como falar, para que falar, porque falar e para quem falar. Podem ser utilizadas várias linguagens: educativa, terapêutica, erótica e pornográfica. Devido a isso, o assunto sobre sexo, se torna salutar através de uma abordagem educativa e informativa que, seguindo esses princípios, no momento certo se torna seguro responder as indagações e dirimir dúvidas das crianças, adolescentes e adultos.

A sociedade hoje expôs situações que, fatalmente, mostram a necessidade dessa abordagem pela família. Com isso, as informações convergem às distorções de várias formas, quando propagandas ou clipes de tema sexual, mesmo como alerta, porém pouco elaborados, propõe duplo entendimento, pouco esclarecimento ou difícil compreensão, ensejando a distorção da compreensão e alcance da mensagem.

Deparamos, em qualquer nível social, uma disfunção na questão sexual em proveitos sórdidos, viciosos e paranóicos, com distúrbios de comportamento com uma estatística cada vez maior. Nesse momento o esclarecimento e informação funcionam como cuidado e prevenção.

Liete Oliveira

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