sexta-feira, 18 de abril de 2008

Inconfidência Mineira

DIA 21 DE ABRIL - TIRADENTES

Joaquim José da Silva Xavier – Tiradentes - Nasceu na Fazenda de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, entre a Vila de São José, hoje Tiradentes, e São João Del-Rei.

Alferes da tropa da cavalaria brasileira, patente que hoje equivale a tenente, era o quarto filho do português Domingos da Silva Santos, proprietário rural e mãe Antonia da Encarnação Xavier.

Não teve uma formação escolar regular ficando órfão aos onze anos de idade, sendo tutelado por um padrinho que era cirurgião. Depois de trabalhar como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à profissão de dentista, o que valeu seu cognome Tiradentes.

Pelo trabalho de mineração e técnico em reconhecimento de terras e exploração de recursos agrários, passou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro. Com a patente de alferes em 1781, comandou a patrulha do Caminho Novo e tinha a função de garantir o transporte do ouro e diamantes extraídos da capitania. Foi nessa época que passou a ter uma postura crítica sobre a espoliação do Brasil, pelo volume de riquezas que se encontravam nas mãos dos portugueses em detrimento da pobreza em que se encontrava o povo brasileiro.

Em 1787, por não conseguir promoção na carreira militar, pediu baixa da cavalaria.

Passou então a desenvolver projetos em benefício da canalização de rios Andaraí e Maracanã e abastecimento de água do Rio de Janeiro. Descontente por não conseguir a execução da realização dessas obras, aflorou um aumento ao seu desejo de liberdade para a colônia.

Retornando à Minas Gerais, já em Vila Rica, começou a instalar o movimento a favor da independência do Brasil.

Esse movimento se organizou com integrantes do clero e pessoas de posição social destacada como: Cláudio Manoel da Costa, antigo secretário de governo; Tomas Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da Câmara e Inácio José Alvarenga Peixoto, minerador.

A independência das colônias americanas e a formação dos Estados Unidos, vieram reforçar os pensamentos ideológicos do movimento, assim como questões regionais e econômicas com o declínio da mineração do ouro para articulação da conspiração em Minas Gerais. Com isso, o cumprimento do pagamento anual de cem arrobas de ouro à Real Fazenda já não estava sendo possível pelos moradores da colônia brasileira.

A cobrança forçada de 538 arrobas de ouro de pagamentos atrasados desde 1762, veio a incitar o movimento.

A nova cobrança pelo novo governador Luis Antônio Furtado de Mendonça, Visconde de Barbacena, decretada como derrama, deu inicio ao movimento em Minas Gerias na noite da insurreição. Os lideres da inconfidência saíram às ruas de Vila Rica dando vivas a república, ganhando grande adesão da população. A conspiração foi descoberta pelo delato dos portugueses, Basílio de Brito Malheiros do Lago, Joaquim Silvério dos Reis e o açoriano Inácio Correa de Pamplona, em troca do perdão da dívida com a Fazenda Real. O visconde de Barbacena suspendeu a “derrama” ordenando a prisão dos conjurados. Avisado, Joaquim José escondeu-se na casa de um amigo, no Rio de Janeiro, mas foi descoberto por Joaquim Silvério dos Reis por haver o acompanhado na fuga a mando de Barbacena.

Ao ser preso, confessou a culpa como unicamente sua e, após um processo que durou 3 anos, foi o único que não obteve clemência da rainha dona Maria I, sendo condenado a morte junto com dez de seus companheiros, os quais tiveram a pena comutada por favor real.

Na manhã de sábado, 21/04/1792, o condenado percorreu em procissão nas ruas centrais do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e o Lago da Lampadosa, atual praça Tiradentes, onde foi executado no patíbulo ali armado.

Além de executado foi esquartejado para, através do levantamento de sangue, dar como cumprida a sua sentença e desonra em sua memória.

Ao longo do Caminho Novo foram distribuídos seus restos mortais e sua cabeça colocada no alto de um posto, em Vila Rica.

Sua luta e condenação bárbara ficou como marco histórico, por seu ideal de liberdade, comemorado com feriado todo dia 21 de abril.

Liete Oliveira

Nenhum comentário: