sábado, 12 de abril de 2008

Relação Saúde e Educação

SAÚDE DA CRIANÇA E SUA RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO

Liete Oliveira

O desenvolvimento infantil identifica etapas na evolução da criança e está, intrinsecamente, ligado à educação.

No Egito antigo o cérebro era considerado “sem validade”, por hora da mumificação, e jogado no lixo, sem nenhum interesse de investigação científica.

Desde 1940 que, no Brasil, as pesquisas se intensificam direcionadas ao estudo do cérebro humano e, as descobertas, através do desenvolvimento neurológico da criança.

Os estudos se apresentaram através da Neurologia, que se dedica a desvendar esse órgão fascinante. O cérebro humano é um dos poucos órgãos tão complexos e ao mesmo tempo delicado, mas responsável pelo processamento das emoções, pensamentos , maneira de entendimento e reação de cada um do que gire ao seu redor. Sendo assim, o estudo se prende a desvendar o desenvolvimento cerebral desde o inicio da vida intra-uterina. O bebê, ainda dentro do ventre materno, já possui algumas capacidades e seu aprimoramento vai permitir o aprendizado até o fim da vida.

O Profº. Antonio Frederico Branco Lafevre, iniciou a padronização da avaliação neurológica dos recém-nascidos na USP - Universidade de São Paulo.

Iniciaram-se então pesquisas do estudo sobre a evolução da criança, envolvendo profissionais como: neurologistas infantis, pediatras, neunatologistas, psicólogos, pedagogos, psicópedagogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, assistentes sócias e enfermeiros, a fim de se aprofundarem à compreensão da progressiva organização neural da criança.

Durante muito tempo não se tinha conhecimento, como hoje, da identificação do cérebro como órgão em crescimento desde o nascimento até a idade adulta. E não é apenas destacado o tamanho, mas a neurociência avança mais e mais, possibilitando, assim, o conhecimento de que a vida cerebral é dividida em várias etapas: quando na fase infantil, adolescente, adulta e chegando a 3ª idade.

O cérebro saudável está sempre em “manutenção”, isto é, as células cerebrais – neurônios – estão sempre sendo criadas e reabastecidas. Isto leva a clareza de que ele não pode ser visto nem tratado como um elemento só e sim, considerados seus vários segmentos diferentes que, entre si, se formam em suas diferentes regiões.

Como os médicos se dedicam à cura do paciente, os professores querem o aprendizado de seus alunos. Sendo assim, já vem sendo dada importância a observação do desenvolvimento da criança, sua evolução e superação, cientes de que esses aspectos estão ligados a sua formação neuronal.

A observação do educador no processo do aprimoramento ao aprendizado da criança, levará a compreensão de todas as respostas aos estímulos aplicados. A criança suscetível a reações fora das expectativas de cada faixa etária, certamente deverá ser pesquisada na sua real situação neurológica.

São várias e diversas ocorrências que provocam alteração no desenvolvimento da criança, desde o inicio do seu desenvolvimento cerebral intra-uterino, até seus primeiros anos de vida. Cada disfunção reflete na alteração que venha a manifestar na criança a variável de transtornos, que se relacionam a problemas neurológicos.

Sabemos que poucos órgãos humanos são tão completos e, simultaneamente, delicados. O cérebro, é um deles. As pesquisas feitas e levaram a uma viagem no ritmo do crescimento e amadurecimento do cérebro, são fantásticas. E, esse conhecimento, vem nos mostrar a importância da relação familiar com essas crianças, desde os primeiros momentos de seu desenvolvimento. Entretanto, a identificação das etapas na evolução da criança está relacionada, também, a escola.

Nesse aspecto, chamamos a atenção da escola para importância de sua observação, através dos educadores, ao desenvolvimento da “sua” criança.

Educar hoje, é uma tarefa difícil para os pais e educadores dentro do contexto atual e, a sociedade, pela cobrança e imposição de um estado digno na evolução humana sem, no entanto, viabiliza-lo. Isso leva o individuo a maratona ao alcance do sucesso social e financeiro que lhe exausta, ao ponto de soterrar as necessidades de sociabilidade, afetivas e familiares. Com isso, transfere à escola o resgate desse comportamento na tentativa de, através desse resgate, deixar esse estado de transferência menos trágico.

Hoje, comprovadamente, se observa que a escola adicionou a sua competência educativa, a formação da criança, no que tange a sua evolução comportamental, que fomenta a necessidade de intervenção já que, a família, muitas vezes, declina essa responsabilidade a ela.

É importante que o educador fique revestido, neste contexto atual, da transferência desses papeis e de sensibilidade para beneficio das trocas, que se apresentam como suporte ao desenvolvimento e formação desse sujeito para a sociedade.

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