sábado, 14 de março de 2009

Até a metade da década de 90, as mulheres recebem o exagero dos anos anteriores ainda influenciando a moda. Foram lançados, por exemplo, os jeans coloridos e as blusas segunda-pele, que colocaram a lingerie em evidência. Isso alavancou a moda íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e cores. Essa é uma década marcada pela diversidade de estilos que convivem harmoniosamente. As mulheres dentro da moda seguiram cada uma dessas tendências, que produziam peças para cada tipo de consumidora e para todas as ocasiões. Na segunda metade da década de 90 a moda passou a buscar referências nas décadas anteriores, fazendo releituras dos anos 60 (cores claras, tiaras) e em seguida dos 70 (plataformas em tamancos e modelos fechados, geralmente desproporcionais), tudo mesclado à modismos dos anos correntes.Nos anos 90 a consumidora se tornou um voyeur, as imagens se constituem dentro de um diálogo de erotismo e o olhar é invasivo. Nessa década, a mulher consumidora passou a conviver nas ruas e nas revistas com mensagens extremamente erotizadas das campanhas de moda.
Também em relação ao trabalho, a mulher se deparava freqüentemente com grandes limitações, o acesso a determinadas profissões era-lhe negado, a mulher não tinha direito de acesso a determinados lugares que se considerava que deviam ser ocupados por homens. A magistratura, a diplomacia e a política são apenas alguns dos exemplos de setores profissionais a que a mulher não podia ascender.
As mulheres são uma minoria, em termos de ministros, cargos de ministério, secretárias de Estado. O mesmo se passa no Parlamento e é por isso muito difícil que uma mulher chegue a primeira candidata. Assim, verifica-se até que ponto as mulheres têm estado, quase sempre, afastadas dos cargos mais elevados da hierarquia política: o Presidente da República foi sempre homem, o cargo de primeiro-ministro foi ocupado por homens.
Essa construção começa a sofrer abalos no século XX, pela transformação na obstetrícia e o controle da natalidade. Entretanto, não podemos afirmar que já não existe desigualdade entre homens e mulheres, nem que não existem ainda representações tradicionais sobre o papel da mulher. É notório o processo de mudança que ainda vivemos dentro das transformações ao nível das mentalidades e na forma como a própria sociedade representa a mulher na família, na sociedade, na política ou em outro qualquer segmento. Por outro lado, as pesquisas mostram que mesmo sufragadas as dicotomias que envolvem a existência da mulher e alcançadas conquistas e representações modernistas ainda subsistem representações tradicionalistas envolvendo a presença da mulher em nossa sociedade. Atualmente, as mulheres constituem uma parte importante da mão-de-obra no mercado de trabalho e, inversamente ao que acontecia no passado, poucas são agora as que ficam em casa. No entanto, isso não significa dizer que as mulheres alcançaram o topo de suas reivindicações.

São poucos os destaques femininos, mas que não poderíamos omiti-los não só a título de referencia a conquista como também, como marco que ficou na história.
Curiosidades:
• As mulheres casadas não podiam usar o seu patrimônio;
• As enfermeiras não podiam casar;
• As professoras não podiam casar com qualquer pessoa:
tinham que pedir autorização para casar, saindo depois no
Diário da República a autorização para ela casar;
• Uma professora só podia casar com um homem que tivesse um
vencimento superior ao dela;
• Uma mulher casada não podia ir para o estrangeiro sem
autorização do marido;
• As mulheres não podiam trabalhar sem autorização do
marido.

Liete Oliveira

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