sábado, 14 de março de 2009

A guerra viria a transformar a forma de vestir e o comportamento de uma época.
Em 1940, a Segunda Guerra Mundial já havia começado na Europa. A cidade de Paris, ocupada pelos alemães em Junho do mesmo ano, já não contava com todos os grandes nomes da alta costura e seus ateliers. Muitos estilistas mudaram-se, fecharam os seus ateliers ou mudaram-nos para outros países.
Durante a guerra, a alta costura ficou restrita às mulheres dos comandantes alemães, dos embaixadores em exercício e àquelas que de alguma forma podiam freqüentar os salões dos grandes ateliers.
No final dos anos 30 a silhueta em estilo militar perdurou até ao final dos conflitos. O estilo ficou mais pesado e sério nas roupas e sapatos da mulher francesa com sua silhueta magra.
As mulheres tiveram de reformar as suas roupas e utilizar materiais alternativos na época, como a viscose, o raiom e as fibras sintéticas pela escassez de tecidos. E mesmo depois da guerra, essas habilidades continuaram a ser muito importantes para a consumidora média que queria estar na moda, mas não tinha recursos para isso.

O "Fashion Group of Great Britain", na Grã-Bretanha,dirigido por Molyneux, criou 32 peças de vestuário para serem produzidas em massa. A intenção era criar roupas mais atraentes, apesar das restrições. O corte era reto e masculino, ainda em estilo militar. As jaquetas e abrigos tinham ombros acolchoados angulosos e cinturões. Os tecidos eram pesados e resistentes, como o tweed, muito usado na época. As saias eram mais curtas, com pregas finas ou franzidas. As calças compridas tornaram-se práticas e os vestidos, que imitavam uma saia com casaco, eram populares.

As meias finas desapareceram do mercado pela falta do nylon e seda. Elas foram trocadas pelas meias soquetes ou pelas pernas nuas, muitas vezes com uma pintura falsa na parte de trás, imitando as costuras.

Os cabelos das mulheres se apresentavam mais longos que os dos anos 30. Entretanto, pela dificuldade em encontrar cabeleireiros, os grampos eram usados para prendê-los e formar cachos, com os lenços também muitos usados nessa época.
Houve uma adaptação dentro da situação que se vivia. A maquilagem era improvisada com elementos caseiros. Os batons apenas eram recarregados nas embalagens, por alguns fabricantes, já que o metal estava sendo utilizado na indústria bélica.

Nesse período surgiram muitos modelos e adornos. A mulher submetida a simplicidade teve um despertar do interesse pelos chapéus, que eram muito criativos Alguns eram grandes, com flores e véus; e outros, menores, de feltro, em estilo militar.
No pós-guerra, o curso natural da moda seria a simplicidade e a prática, características da moda lançada por Chanel anteriormente. Entretanto, o francês Christian Dior, na sua primeira coleção, apresentada em 1947, surpreendeu a todos com as suas saias rodadas e compridas, cintura fina, ombros e seios naturais, luvas e sapatos de saltos altos.

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